Vivemos numa era onde a tecnologia nos propicia infinitas possibilidades. Um celular, um automóvel, uma televisão, e até uma bicicleta nos oferecem muitas, mas muitas opções tecnológicas da qual nos nem sempre estamos preparados para usar. Longe de ser contra a alta tecnologia e todos os milagres que nos oferece, a evolução dos componentes é saudável e muito bem vinda, mas, em certos casos, mais atrapalha do que ajuda. Por isso é preciso saber usar, como usar e porque usar determinados produtos ou funções.
Falando em bicicletas, hoje chegamos num momento onde quase todas as marcas de renome estão num excelente nível de performance. Logo, os produtos se tornaram altamente específicos, e projetados somente para uma finalidade, principalmente a procura por baixo peso.
Mas isso tem um custo. E não somente financeiro. Portanto, antes de comprar algum produto, é preciso ter ciência de diversos parâmetros.
Baixo peso é importante. Parte de sua performance vem do baixo peso de seus componentes. Quem não quer ter sua bike mais leve do que o seu oponente? Mas quanto menor o peso, mais frágil pode se tornar a estrutura. Por exemplo, blocagens de roda extremamente leves são feitas apenas para serem leves. Qualquer esforço a mais pode ocasionar no rompimento da mesma, e por consequência a roda se soltar. Já que uma blocagem faz parte da fixação de uma roda, até que ponto vale a pena um item de segurança ser tão leve? Se o ciclista exige demais das rodas, é preciso ter ciência de não abusar na hora do aperto...
Se falarmos em rodas, existem diversos fatores que favorecem a performance de uma roda, que nem sempre está ligada ao peso. Um boa roda tem que ser rígida lateralmente, tem que absorver os impactos, ter boa aceleração e boa maneabilidade, manter a bike embalada e ser resistente. Obvio que tudo não se consegue, porém muito depende da característica do usuário, do tipo de terreno, do tipo de performance, etc. No caso dos quadros, por exemplo, algumas marcas definem seus projetos ultra-leves imaginando sempre a bike em andamento. Os mesmo conseguem excelentes propriedades mecânicas, mas cada vez menos estão preparados para cair, transportar, ou situações atípicas. Se uma pedra bater num quadro de carbono (como é comum no MTB), o mesmo poderá ser inutilizado, já que em certas áreas não é projetado para tal fato. Muitos não tomam o devido cuidado ao colocar a bike no rack, e assim por diante. Existem casos de pedais com eixo de titânio, ou até mesmo suspensões levíssimas de carbono em que o de ciclista não pode ter acima do peso limite recomendado pelo fabricante, correndo risco de ruptura (e quem sabe fratura) . Sem falar naqueles pneus super leves que furam constantemente - vale a pena numa prova de MTB ser leve, mas parado com um pneu furado?
Cada utilizador é que tem que definir suas prioridades. Nada contra componentes extremamente leves, mas saiba como usar, seus custos, e o que pode te onerar. Afinal, dinheiro, status, segurança, performance, beleza e economia são palavras que tem seu peso - não necessariamente leve - na hora de tomar suas decisões.
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